O segundo dia do Congresso de Outubro do Regional Sudeste, aconteceu no sábado, (22), no Santuário Tabor da Permanente Presença do Pai, em Atibaia/SP. A programação teve início com a oração da manhã, seguida da palestra com o Pe. Marcelo Aravena e depois com o aprofundamento do tema com a Ir. M. Gislaine Lourenço.
Na acolhida aos participantes, representantes dos diversos ramos do Movimento Apostólico de Schoenstatt, destacava-se a frase: “precisamos ser Dilexit Ecclesiam”. Em tempos de desafios, somos chamados a demonstrar o nosso amor pela Igreja, agir em comunhão e levar a espiritualidade de Schoenstatt.
Tabor para o mundo
Em sua palestra, com o tema: “Tabor para o mundo”, o Pe. Marcelo Aravena falou sobre o Ideal Tabor e como podemos vivenciá-lo nos tempos atuais. “Recordamos o presente recebido, mas nos fortalecemos na nossa identidade como Família de Schoenstatt do Brasil e a celebração foi também um passo adiante em nossa unidade nacional como Movimento neste momento específico da história. (…) Um chamado a continuar cultivando permanentemente e em diálogo com o tempo atual o nosso ideal nacional como Família, a continuar encontrando formas de expressão, acolhida de novas iniciativas relacionadas ao ideal Tabor, atualização deste ideal para a vida de hoje.”
Deus Pedagogo
Pe. Marcelo falou sobre Deus como Pai e Educador. “O Deus da vida é um “Deus pedagogo”: esse é um título de Deus muito schoenstattiano! A esse nome corresponde uma concepção fundamental do ser humano como filho que se deixa educar pelo Pai, e de Deus como um pedagogo que educa o filho através da vida mesmo.”
Como humanos, em nossa fragilidade, é preciso reconhecer que não podemos crescer e desenvolver por conta própria. Pe. Marcelo explica: “Na alma do ser humano existem rachaduras, machucados, paralizações e grandes falhas em seu desenvolvimento que não se cicatrizam da mesma forma nem se regeneram ou se curam sozinhas. E mesmo diante das cruzes, problemas e dificuldades que causam angústias, ansiedades, mesmo nessas situações, não queremos deixar de pensar no amor de Deus Pai, em verdadeira atitude de filhos entregues em suas mãos”.
Formar e educar a alma permanente
O Sacerdote cita como exemplo a figura do Pe. José Kentenich que nos ensina três processos que nos ajuda a formar e educar a alma de forma permanente: um grande arrependimento, um grande amor e uma grande dor.
“Um grande arrependimento pode atormentar-nos formalmente, mas educa a nossa alma intensamente, sempre que cultivemos a nossa relação pessoal com o Deus da vida e evitemos cair na amargura, na murmuração ou na indiferença.”
Também nos forma o amor quando ele traz junto um grande sofrimento, como costuma acontecer na nossa vida. Por exemplo, quando perdemos alguém querido, quando acontecem separações necessárias ou quando pessoas queridas têm que estar longe de nós por alguma razão…
É importante entender as angústias e sofrimentos como formadores da nossa alma, entendê-los cada vez mais assim. O sofrimento faz nos ir ao essencial, que deixemos de enganar-nos a nós mesmos e as mentiras da vida que podem aparecer no nosso caminho ou que nós mesmos inventamos…”
Pe. Marcelo convidou a todos a voltar os olhares para Maria na cruz da unidade, onde aos pés da Cruz ela permanece com os olhos voltados para Jesus
Viver a sinodalidade
Pe. Marcelo enfatizou a sinodalidade que o Papa Francisco pede a todo Povo de Deus, a importância do diálogo fraterno. “Este Congresso de outubro acontece também num contexto turbulento: tempos de polarização política no Brasil e no exterior, tempos de ansiedade generalizada, de ‘sobre-informação e pouca formação’, de crise nos vínculos pessoais, etc.” Destacando também que o sínodo é uma forma de ser, criar, acrescentar e enriquecer a cultura do Tabor. “É mais que uma voz do tempo para nós, é também uma oportunidade de vivermos nosso ideal como Movimento eclesial (…) Qual é o principal objetivo dessa iniciativa do Papa, iniciativa à qual nos faz bem estarmos atentos como Família de Schoenstatt? Trata-se de uma nova forma de ser Igreja!”.
Igreja em comunhão
Pe. Marcelo também falou sobre a Igreja em comunhão, em sua unidade fraterna em Cristo e na trindade Santa. “A Igreja-participação é formada de todos os membros batizados, e não apenas de clérigos, de consagrados, de assessores ou assessoras. Todos os batizados têm parte na vida e missão da Igreja, cada um a seu modo, com seu dom próprio. Todos os schoenstattianos somos responsáveis pelo nosso carisma!”
Ao final da palestra, o Sacerdote incentiva a todos a não ter medo de provar novas formas, iniciativas e ideias para que o amor de Cristo e Maria cheguem a todos! “Levemos juntos deste Congresso um novo impulso para cada um dos lugares onde Deus nos colocou, deixemo-nos complementar uns pelos outros e apostemos pela força do amor, afinal, é uma Aliança de Amor que nos fez estar aqui reunidos…”.
Ser a luz de Cristo
Encerrando a primeira parte das atividades da manhã, a Ir. M. Gislaine Lourenço realizou um aprofundamento da palestra com os participantes, dividindo-os em grupos por ramos para que cada um pudesse dialogar escrever sua mensagem em uma tira de papel que foi colocada junto à cruz da unidade representando a luz de Cristo.