O Santuário de Schoenstatt de Atibaia viveu, neste domingo (19), um dia repleto de emoção, fé e gratidão pela celebração dos 111 anos da Aliança de Amor, selada em 18 de outubro de 1914 pelo Pe. José Kentenich e um grupo de jovens no pequeno Santuário Original, em Vallendar, Schoenstatt (Alemanha).
Logo nas primeiras horas do dia, o Santuário acolheu com alegria peregrinos vindos de diversas regiões de São Paulo e Minas Gerais. A manhã começou com uma catequese conduzida pela Ir. M. Bruna Stubba, que recordou a história do Movimento de Schoenstatt, o carisma do Pe. Kentenich e o exemplo de vida do Diácono João Luiz Pozzobon, iniciador da Campanha da Mãe Peregrina.
Com simplicidade e profundidade, a Ir. M. Bruna convidou os presentes a uma reflexão sobre a vida de oração e o chamado à santidade cotidiana: “Assim como Pozzobon, somos chamados a ser heróis na fidelidade e a buscar a santidade nos pequenos detalhes do dia a dia”, destacou.
Após momentos de oração, cantos e alegria, os fiéis seguiram em peregrinação ao Santuário, o grupo Caminho Neocatecumenal, com sua energia e juventude, conduziu a peregrinação com cânticos, instrumentos e muita alegria, animando os demais peregrinos e enchendo o ambiente de um espírito festivo e de comunhão fraterna.
No Santuário, foi realizada a renovação da Aliança de Amor e a queima do Capital de Graças, gesto que simboliza a entrega das alegrias, sofrimentos e intenções à Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt.
Testemunhos de fé e gratidão
Entre os inúmeros peregrinos que participaram da celebração, muitos compartilharam seus testemunhos, revelando como a Mãe e Rainha tem agido poderosamente em suas vidas.
Cristiane de Lima, de São Miguel Arcanjo, participou pela primeira vez com o marido e os dois filhos:
“Está sendo uma experiência linda e muito gratificante. Viemos agradecer todas as graças recebidas da Mãe. Sou coordenadora há seis anos da Campanha da Mãe Peregrina e, nesse tempo, vivi muitas bênçãos. Já tive sonhos com a Mãe, sinto sua presença constante.”
Jéssica Lopes, que visitava o Santuário pela segunda vez, descreveu sua vivência com emoção:
“Aqui é um pedacinho do céu. Desde a primeira vez que vim, fiquei encantada. Hoje trouxe minha mãe e é sempre maravilhoso estar neste lugar de paz e encontro com Deus. Só posso agradecer.”
Outro bonito testemunho veio do casal Edijaria Martins e Serivaldo Martins, de Louveira/SP, integrantes e coordenadores do grupo Caminho Neocatecumenal:
“É nossa primeira vez no Santuário e estamos encantados. Foi uma vivência maravilhosa. Fazemos parte do Caminho Neocatecumenal há três anos e meio e somos os responsáveis por iniciar o grupo em nossa paróquia. Hoje somos em quatro responsáveis pela coordenação, com cerca de 45 pessoas participando, entre adultos, jovens e mais as crianças… Nesse período de caminhada, temos experimentado a graça da conversão e hoje viemos pedir essa graça a Deus e à Mãe e Rainha: que possamos perseverar no caminho e viver sempre em comunhão.”
Representando o mesmo grupo, a jovem Bárbara Falchino, partilhou sua alegria e esperança:
“Estar aqui é muito especial. Eu já tinha vindo quando era criança, mas agora, vindo com a comunidade, é diferente. Tudo se torna mais bonito quando vivemos em família. Estivemos recentemente em Roma, em peregrinação, e levamos no coração todos os que amamos. É incrível ver como, mesmo longe, estamos unidos pelo mesmo propósito: seguir a Cristo e viver sob o olhar amoroso de Maria.”
Tarde de adoração, juventude e cinema
Após o almoço, a programação da tarde seguiu com momentos de adoração ao Santíssimo Sacramento, encontro da juventude e o Cine Schoenstatt, com a exibição do drama-documentário “Dachau, o Inferno”, produzido pela CineMater. O filme, de alta qualidade cinematográfica, retrata as experiências do Pe. José Kentenich e de outros padres schoenstattianos durante a Segunda Guerra Mundial, no campo de concentração de Dachau, destacando a força da fé e a fidelidade à missão, mesmo diante do sofrimento.
Encerramento com Missa e coroação da Mãe e Rainha
O ponto alto da celebração foi a Santa Missa presidida pelo Pe. Francisco Lemes Gonçalves, e concelebrada pelo Pe. Rafael Carmo Azevedo. As leituras do dia inspiraram uma profunda reflexão sobre a perseverança na fé e a importância da oração constante e comunitária.
Em sua homilia, Pe. Rafael destacou que, assim como Moisés precisou do apoio de Uri e Josué para manter os braços erguidos durante a batalha, cada cristão é chamado a sustentar a fé do outro, vivendo em comunhão e serviço.
“Uma administração bem conduzida, uma comunidade que caminha unida, nunca se perde. Quando um acha que pode seguir sozinho, os braços caem e se perde a força”, afirmou.
Ele recordou ainda que a viúva insistente do Evangelho (Lc 18,1-8) ensina sobre a confiança que deve existir entre o ser humano e Deus:
“Deus não é como o juiz injusto. Ele escuta, acolhe e age com misericórdia. Mas é preciso pedir com fé verdadeira, não apenas esperando algo imediato, e sim acreditando que a graça transforma a vida e gera frutos duradouros.”
Ouça a homilia completa
A celebração foi encerrada com grande emoção, culminando na coroação da Mãe e Rainha, gesto de amor e entrega dos fiéis, que consagraram novamente suas vidas a Maria.
A Festa da Aliança de Amor em Atibaia foi marcada por momentos de intensa espiritualidade, alegria e comunhão. Cada canto, cada testemunho e cada oração ecoaram o mesmo sentimento: a certeza de que Maria continua conduzindo seus filhos ao coração de Deus.
Com corações cheios de gratidão, os peregrinos retornaram para suas casas fortalecidos na fé e renovados na missão de viver e difundir a Aliança de Amor no cotidiano da vida.